Atacama - fotografando o deserto mais alto e árido do mundo
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Foram 5 dias de Chile, e a cada dia uma paixão me arrebatava em forma de paisagens. Deserto, lagunas, vulcões e montanhas, todas envoltas de lendas que explicam suas existências e o poder de Pachamama (Mãe natureza).
A lenda do vulcão Licancabur por exemplo, é que um dia se apaixonou pela montanha Kimal e foi correspondido. Mas seu irmão, Jurique, também a amava, iniciando assim uma disputa entre os dois. A briga não agradou o pai dos vulcões, Lascar, que para acabar com a situação, lançou bolas de fogo gigantes em cada um. O golpe veio formou a famosa cratera de Licancabur, e em Jurique, arrancou-lhe o topo, tornando seu cume reto. Também os separou de Kimal, fazendo crescer entre eles a Cordilheira Domeico, com picos tão altos que chegam a 3.300 metros de altitude. Então todos os anos, no solstício de verão, as sombras de Licancabur e Kimal se unem em uma só, simbolizando a união eterna dos dois.
E com lendas assim, segui conhecendo dois estados desse pais que me encantou.
Em Arica, onde foi minha primeira parada, conheci com um grande choque do espanhol rápido dos locais, o litoral banhado pelo Oceano Pacífico, que é frio e quente ao mesmo tempo. Lá queimei minhas pernas, já machucadas pela queda em Machu picchu, com o sol ardente porque as deixei um tempinho para fora do guarda-sol; pois o vento que batia em mim já me fazia tremer, e nessa mistura maluca de calor e frio conheci a praia oposta a nossa do Brasil.
O Atacama, me foi apresentado como São Pedro do Brasil; eu que já estava mal acostumada em ouvir português pelas ruas, cruzei com muitos brasileiros pela cidade, principalmente paulistas. Pegando um hostel bem hoots, e fechando todos os passeios, me acomodei e curti.
O entardecer em vale de la luna, com a quantidade de brasileiros no local, teve aplauso para o por do sol. Em noites estreladas conversando com astrônomos franceses, conheci mais sobre o universo. Manhã com flamingos, em uma paisagem que me deixou, e ainda me deixa, sem adjetivos para descrever. Nascer do sol com Geysers e sensação térmica de -5ºC graus, encarando tirar a roupa para a terma de vulcão com 30ºC. Laguna que ninguém sabe a profundidade, mas ninguém afunda.
Passeios que enriqueceram minha alma!
Mas não somente de flores vivem mochileiros, os perrengues existem. Passei uma noite no pronto socorro porque não tinha dinheiro para pagar mais uma estadia em hostel e o ônibus para o Uyni só saia as 5h da madrugada. Para conseguir comprar passagem um taxista deu carona, SIM! Um TAXISTA deu CARONA!
Me sentindo mais velha, mais feliz e com a disposição de rodar o mundo; atravessei novamente para a Bolívia. Onde o maior deserto de sal me esperava. (Já falei sobre ele no post sobre a Bolívia).
Conhecer lugares e culturas, é a verdadeira riqueza que quero na minha vida.