Fotografando meu primeiro filme analógico
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Depois de quatro anos fotografando com uma DSLR, minha vontade de explorar outros campos da fotografia vinha crescendo, e no meio desse desejo uma Zenit pro 12 que há muito havia sido de minha prima, veio parar em minhas mãos.
A câmera estava há anos parada, e não sabíamos ao certo o que esperar, aparentemente não havia sinais de fungos, apenas a vedação um pouco gasta, então decidi que a levaria em minha jornada.
Enquanto trilhava o caminho real de Cunha - Paraty, a Zenit me acompanhou por todo o trajeto, com um filme Kodak pro image 100, registrava pessoas e paisagens, detalhes e arquitetura, sem saber ao certo se aqueles registros iriam mesmo ser revelados.
A viagem aconteceu em Janeiro de 2018, e foi somente em Junho que tive a chance de levar para o laboratório o meu primeiro filme. Rebobinar foi um desafio a parte, pois o botão da câmera fica escondido abaixo do disparador, e nesses casos nada como a ajuda dos técnicos do lab.
A experiência de fotografar analógico é muito gratificante, temos a incerteza se o registro foi realmente feito, se o foco estava no ponto desejado. Não existe a opção de deletar, temos as 36 poses que serão únicas, aquele sorriso espontâneo, aquela charrete virando a esquina... Temos apenas 36 chances em todo um filme, e um disparo para cada momento.
Isso me faz refletir muito sobre o imediatismo digital no qual vivemos. E como as vezes levar alguns meses para finalmente ver aquelas fotografias vividas, traz um sabor especial para cada registro, cada erro e acerto.
A cor é um ponto que me deixou apaixonada, as fotografias abaixo não possuem pós edição, algumas tem apenas um crop. Pois na revelação descobri que o visor da Zenit é menor que o real enquadramento que ela faz, então sempre ganho uma margem de paisagem quando fotografo com ela.
No fim, sigo apaixonada e já com um novo filme dentro dela a espera de mais momentos únicos.
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